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domingo, 1 de novembro de 2015

O Professor de Boquete do Mappin

Quando eu tinha por volta de 16 anos caminhava uma vez pelo calçadão no centro de São Paulo, na Av. Barão de Itapetininga próximo à Praça da República. Parei em frente a alguma vitrine pra olhar algo interessante, voltei a caminhar pela Barão em direção ao Vale do Anhangabaú, e em alguns instantes um estranho se aproximou tentando prosear, emparelhando na caminhada. Ele disse ser professor e não sei "de que tropeço" surgiu o assunto música, quando eu disse tocar violão e ele disse que também tocava. Ele estava muito ansioso, me disse morar sozinho com sua mulher e me convidou pra irmos em sua casa pra tocar um pouco. Eu disse que não podia, que tinha que voltar pra casa, e ele insistiu, dizendo que sua mulher naquele horário não estaria em casa, e poderíamos tocar à vontade. Lógico que recusei aquela  investida, porém ele acabou sendo incisivo e sincero pouco antes de nos separarmos: “olha, sabe o que é, eu vou te falar a verdade: é que quando você parou na frente daquela loja e ficou olhando, eu reparei no volume do seu pinto duro dentro da calça. Então eu fiquei com muita vontade, mas muita vontade mesmo de beijar e chupar seu pinto.” Me lembrei então que realmente eu estivera excitado alguns minutos antes (e nem me lembro porque, talvez só a abundância de hormônios da adolescência fluindo livremente no meu corpo de menino). 

O estranho me sugeriu pra que fossemos ao banheiro do Mappin (uma grande magazine que nem existe mais, logo em frente ao Teatro Municipal). Ele disse tudo isso com muito  cuidado, sem querer me ofender, constranger ou forçar a algo. Eu não me senti intimidado em nenhum momento, mas recusei o assédio daquele estranho homem. Não foi o #primeiroassedio e nem tampouco será o último, mas o fato é que aquele encontro inusitado despertou alguns desejos em meu interior uma vez cada qual seguiu seu rumo. Passado o susto fui sozinho ao banheiro do Mappin e masturbei-me pensando em como seria ter aquele homem me chupando (eu era virgem). Foi como expurgar todo um mar de tesão represado que me deixava tenso, e sentir-me enfim leve e aliviado. Gozei facilmente embora eu não me sentisse e nem me sinta até hoje atraído por homens.

"Eu gosto de meninos e meninas"... (R. Russo)

Por Andrei Bb

#primeiroassedio #primeirosassedios #santoboquete #professordeboquete

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Zucht / Breath / O Sopro

Nesta produção holandesa de 2007 dirigida por Margien Rogaar, um trio saindo pra passeio num belo dia ensolarado: o menino de 12 anos, sua amiga e o pai da menina, onde os olhares e gestos entre todos sinalizam o despertar de desejos e amores dos mais comuns aos inusitados, avessos aos padrões impostos, tão errantes e inocentes como as flechas lançadas por um deus brincalhão.

                                          Duração: 10 minutos (curta metragem)

Política de saúde para tratar pedofilia pode prevenir abusos

Por Yannik D´Elboux


Na Alemanha, uma campanha está criando polêmica ao tentar convencer pedófilos a aderirem a um tratamento confidencial para reverterem a atração sexual por crianças.
"A pedofilia é um desejo que o sujeito pode não realizar", declara o psicólogo e sexólogo Arnaldo Risman, membro do Cepcos (Centro de Pesquisa do Comportamento e Sexualidade), que conduziu um estudo de três anos sobre o tema.
"Nunca tive contato sexual com crianças", afirma categoricamente Matthew Hutton, apesar de admitir que sente atração por menores desde a adolescência. Ele também diz que não consome pornografia infantil --que é uma forma de abuso indireto, já que crianças normalmente estão envolvidas em sua produção. Consciente do seu problema, o canadense faz parte de uma organização de apoio norte-americana chamada B4U-ACT (Before You Act, antes que você aja em português), com a proposta de melhorar as opções de tratamento para pedófilos que precisam de auxílio e reduzir os estigmas em torno do problema, entre a população e os profissionais de saúde.
Para Hutton, o mais difícil nessa condição é ter de lidar com a visão de que pessoas assim são sempre monstros com más intenções. "É completamente fora da realidade pensar que somos todos perigosos", diz.

Ele fala que os sentimentos e desejos que possui estão longe de ser uma compulsão e que a maioria dos pedófilos reconhece o que é certo ou errado. "Nosso senso moral é geralmente muito mais forte do que nossa sexualidade porque não gostaríamos de machucar os jovens dos quais gostamos", diz.

A associação da pedofilia com o abuso sexual acontece quase de forma automática na cabeça da maioria das pessoas. Contudo, o transtorno --considerado uma disfunção sexual ou parafilia-- não pressupõe o crime.

Para se caracterizar um ato pedófilo, deve existir uma diferença de cinco anos entre a criança* menor de idade e o agressor. Admitir que o problema precisa ser tratado não significa que o abuso não deva ser punido.

"Não é vitimização, é olhar o indivíduo enquanto doente que necessita de tratamento. Para aqueles que cometeram o ato, a Justiça deverá cumprir seu papel", diz Risman.

Preconceito e solidão

Por causa do forte estigma que a pedofilia carrega e da falta de serviços especializados, nem sempre é fácil encontrar ajuda. Matthew Hutton conta que teve amigos que se afastaram quando ele revelou seu problema e que são comuns os casos de depressão e suicídio.

Na tentativa de diminuir o preconceito, a rede B4U-ACT prefere o uso da palavra MAP ("minor attracted person", pessoa atraída por menores em português) ao termo pedófilo.

No Brasil também quase não há oferta de tratamento para quem tem essa disfunção sexual. Para Itamar Gonçalves, gerente de programas da Childhood Brasil, organização que atua na área de proteção da infância, é importante criar políticas públicas e serviços, com base em uma rede de apoio, para prevenir a pedofilia.
Além da responsabilização, Gonçalves afirma que mesmo aqueles que cometeram abuso sexual contra menores devem receber auxílio psicossocial.

"Eles precisam aprender a considerar o ponto de vista das crianças e dos adolescentes e compreender os efeitos nocivos que podem causar", diz. O gerente da Childhood Brasil considera que esse caminho é fundamental para evitar reincidências.

Perfil

Segundo Itamar Gonçalves, a maioria dos casos de abuso ocorre com meninas entre oito e nove anos e entre 13 e 14 anos. Os agressores são majoritariamente homens.
Para Gonçalves, também vale a pena investir na autoproteção, ou seja, ensinar às crianças a identificarem uma prática abusiva.

Não há um perfil que defina o pedófilo. Entretanto, em seu estudo, o psicólogo Arnaldo Risman observou algumas características comuns. "São muitas vezes homens com baixa autoestima, que sofreram bullying na infância e misturam sentimentos de prazer e ódio em relação às crianças", diz.

Risman ressalta que o transtorno não tem cura, porém pode ser controlado com acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
* O blog APIE substituiu a palavra "vítima" por criança pois o contexto dá a entender que qualquer relação entre adulto e menor, seja criança ou adolescente é uma relação de abuso. Não que um adolescente não possa ser vítima de abuso, mas não é um abuso pedófilo, desvirtuando do tema deste artigo. Há de se compreender que as idades de consentimento variam no mundo inteiro de acordo com as diversas culturas e legislações, sendo de 14 anos completos no Brasil.